quarta-feira, 1 de junho de 2011

Arctic Monkeys - Suck it and See



O Arctic Monkeys surgiu no ínicio da era em que os cds estavam mortos e mesmo assim venderam, e venderam muito, batendo vários recordes na terra dos quatro reis da música pop e no mundo todo. Da época em que o “Whatever people say i am, that’s what i am not” saiu até o recém vazado “Suck it and See”(o disco físico ainda não saiu), passaram- se apenas cinco anos. Tempo mais do que suficiente para Alex Turner torna-se um dos melhores letristas de sua geração.


“Suck it and See” é, sem dúvidas, o disco mais pop da banda. Para o bem e para o mal. Funciona mais ou menos como uma continuação do “Humbug”, disco que dividiu a opinião dos fãs por se tratar de um álbum mais “paradão”, diferente daquele Arctic Monkeys dançante e veloz que todo mundo estava acostumado. Se quem for ouvir o novo trabalho espera ouvir a mesma banda dos dois primeiros discos vai se decepcionar, mas quem curtiu a pegada do “Humbug” ficará satisfeito com o “Suck it and See”. O que ouvimos agora é uma emulação, uma adaptação do “estilo” criado no disco anterior. Melodias harmoniosas, refrões grudentos, referências pops, humor inglês, letras maduras, distorções, ah ah ahs, shalalas e yeah yeah yeahs desfilam por todo o disco.


O álbum abre com a excelente “She’s Thunderstorms”, passa pela apagada “Black Teacle” e chega à polêmica “Brick by Brick”. Cantada na maior parte pelo baterista Matt Helders, a música brinca com a surf music e toda atitude rock and roll do hard rock dos anos 70, gerando um resultado bem divertido. “The Hellcat spangled shalalala” possui a letra mais enigmática do disco, parece aquelas brincadeiras que John Lennon fazia com animais e viagens de ácido (I am the Walrus, alguém?). “Don’t sit down ‘cause i’ve moved your chair” é pop daqueles bem obscuros, destaque para o solo matador do Jamie Cook. “Library Pictures” é tipo um encontro de “Perhaps vampire is a bit strong but...” com “Do me a favor”.

Outras que merecem destaque são: “Reckless serenade” (marcada pelo - preciso - baixo de Nick O’malley), “Piledriver waltz” (música que faz parte do EP/trilha que Turner gravou para “Submarine”, e que aqui ganha mais peso) e “Suck it and See” (que apesar do nome, é uma das canções mais sensíveis de Turner).


Escute “Suck it an See” livre de preconceitos, afinal, “what you waiting for? To sing another fockin’ SHA LA LA LAAAAAA.”


Top 5


5º - Library Pictures

4º - The Hellcat spangled shalalala

3º - Don’t sit down ‘cause i’ve moved your chair

2º - Reckless serenade

1º - Piledriver waltz




domingo, 13 de março de 2011

Top 5: The Strokes - Angles



5º lugar: Two kinds of happiness

Começa como qualquer música lançada pelo Blondie nos anos 80 e rapidamente ganha aquele peso carregado de mágoas, solos e desafinadas. Lembrando bastante "Vision of division" e "Electricityscape". As guitarras trabalham perfeitamente em sincronia durante toda a música, mas perdem a mão lá pro final da faixa.

4º lugar: Gratisfaction


Melhor refrão para se cantar junto do disco. A música começa no melhor estilo "Red light" (canção meio esquecida do FIOE), mas tem um refrão muito superior a sua irmã. 3 minutos que poderiam resumir - por baixo - o que os Strokes sabem fazer de melhor. E, sério, que refrão bom!

3º lugar: Call me back

A mais complicada música do Angles, "Call me back" pode ser dividida em 3 partes. Um sambinha bossa nova elétrico, uma canção de ninar e um breve momento de psicodélia assustadora com back vocals sombrios. Convenceu por arriscar bastante.

2º lugar: Under cover of darkness

Música mais redonda do disco. Boa pra dançar, boa pra cantar, boa pra apresentar aos amigos que torcem o nariz para a banda. Se encaixaria em qualquer outro disco, mas é bom que faça parte do Angles para dar uma espécie de alívio do tipo "ufa, eles ainda sabem fazer isso".

1º lugar: Life is simple in the moonlight


Hipnótica do início ao fim. A mais madura faixa do Angles surpreende por saber dosar perfeitamente a voz bêbada do Julian (no melhor estilo Lou Reed) com o resto dos instrumentos. Destaque para o solo calmo e perfeito do Nick. "Life is simple in the moonlight" garante um final bastante decente ao disco.




segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Radiohead - The King of Limbs



Tivemos praticamente uma semana de preparação para o novo disco do Radiohead, acordamos um dia e lá estava; um site que fornecia o disco para o mundo todo (tanto no formato físico, quanto em mp3, quanto pra download sem pagar nada). Todo fã se encheu de expectativas, justificáveis, afinal o ótimo e bem distribuído "In Rainbows" parecia uma referência perfeita para um trabalho novo da banda. Mas Thom Yorke nunca fez sentido, havíamos esquecido disso, e acabamos sendo pegos de surpresa.

Muita gente baixou o disco na esperança de ouvir algo fantástico, inovador e que os fizesse ter orgulho de ser fã de Radiohead, essa banda que SEMPRE dividiu as rodinhas alternativas de todo lugar. Bom, não se pode falar que "The King of limbs" é um trabalho fantástico, mas, existe uma coesão que não víamos na banda há algum tempo.

Essa coesão entre as faixas fez com que o disco dividisse opiniões (no alarms and no surprises), músicas conectadas pela dispersão e pelo excelente trabalho vocal de Thom Yorke não agradam a todos de primeira. É preciso dar uma chance a "The King of Limbs", esperar o hype diminuir, encontrar o momento certo para ouvi-lo, reouvir os discos anteriores, enfim, dar ao disco um tempo.

Faixas como "Morning Mr. Magpie" "Little by Little", "Lotus Flower" e"Give up the Ghost" se destacam nas primeiras audições e servem como um incentivo para entender o álbum como um todo, como uma só música multi-facetada pelas batidas eletrônicas e pela falta de guitarra. Inclusive essa falta de guitarras (Kid A, tô ligado) torna o dedilhar de violão em "Give up the ghost" um alívio, quase um tesouro escondido.

Conclusão: O Radiohead facilita o caminho para o público ouvir seus trabalhos, mas não facilita seus trabalhos para o público ouvi-lo.